domingo, 28 de julho de 2013

O pior do mundo

Este ano comprovei o quanto as crianças podem ser pequenos diabinhos e podem deixar-nos virados do avesso e, certamente, com mais cabelos brancos.

Não, não mudei de opinião em relação às crianças continuo a adorar trabalhar para elas e com elas, no entanto existem certas crianças que são uma dor de cabeça e que, nitidamente, estão a caminhar para a direcção errada.

Gostava de ter mais tempo para puder fazer alguma coisa com estas crianças, mas depois lembro-me que não sou mãe delas, um dia terei os meus filhos e por eles farei tudo o que está ao meu alcance para se tornarem genuínos e livres, e sim um pouco rebeldes mas com noção do limite, e bem-educados acima de tudo.

Eu sei que nem sempre os pais são o problema, o problema, por vezes,  é a própria personalidade da criança, temos de ver que realmente existem pequenos seres que gostam de fazer a nossa vida um inferno e riem-se do que fazem como quem se alimentasse daquilo.
É um perigo, porque já estamos a ver que tipo de adultos se vão tornar. Se estas crianças nao forem acompanhas desde cedo vão ser adultos problemáticos que não saberão viver em harmonia com a sociedade, porque no fundo são pequenos seres que não vivem em harmonia com eles próprios e portanto têm dificuldade acrescida em harmonizar o convívio com os outros.

E aturá-los é difícil, porque fazer com que entendam que o seu comportamento não pode continuar a ser aquele é algo deveras complexo para a sua mente, e por isso continuam a fazer o que lhes dá prazer e o prazer é fazer mal aos outros. Depois não têm pena nem misericórdia, acham que têm sempre razão e que não merecem castigo. É assustador. Ver crianças com este comportamento é assustador. E se eu rezasse, rezaria para que não se tornassem adultos frios e sem sentimentos, rezava para que encontrassem alguém na vida que os fizesse ver a luz. Porque por mais que não seja religiosa nem muito ligada ao mundo espiritual, parece-me que o que falta a estas crianças é conseguir ver a luz.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Crescer e aprender


Melhor que conhecer crianças é ter o privilégio de fazer parte da vida delas, é conhecer crianças que já são, claramente, boas pessoas.
Existe um brilho nos olhos delas que me diz que nunca vão desistir dos seus sonhos, existe uma nitidez de felicidade no seu sorriso e um toque que demonstra que somos importantes, que os outros são importantes.

Quero neste texto fazer uma homenagem as crianças que passaram por mim este ano. Todas elas em conjunto ensinam-me sempre qualquer coisa: a ser feliz, a ser despreocupada, a ser dedicada, a amar. Cada uma delas ensina-me muito, a ser ponto, ensinam-me a SER.
E isso é algo que eu nunca vou querer esquecer. Por mais pessoas adultas que passem por mim e me digam que não sou boa o suficiente, sei por vossa causa que isso não interessa, que isso não é nada, que o que interessa é aquilo que os vossos olhos demonstram e os vossos abraços me fazem sentir. Sei que consigo, sei que sou capaz, o vosso carinho comprova-o. Estou imensamente agradecida pelo amor genuíno que vocês fazem questão de espalhar.

A Ana Rita que é uma chata mas que vai ser uma pessoa dedicada e decidida, a Ekatrina que já tem uma personalidade forte, o Guilherme que é uma peste mas que toda a gente diz que vai se tornar um miúdo brilhante, o Vasquinho que adora abraços e bandas desenhadas da Mónica, os mais velhos que já têm receio de demonstrar o que sentem no entanto fazem questão de trocar palavras e estar por perto, os Carreira que desde cedo criaram laços comigo por terem ambos personalidades fortes apesar de que por vezes difíceis.  Todos eles à sua maneira são importantes. - Férias Vivas

A Beatriz que é a pré-adolescente mais fofinha e querida que eu já conheci, o namorado o Sebastião que vai ser uma pessoa magnífica (Já é) e tratar as mulheres sempre com muito carinho (Já trata), o Gonçalo que é uma peste mas que vai sempre lutar pelas coisas que quer, o David que tem uma carapaça frágil mas nem isso o impede de saber valorizar-se, a Adriana com um estilo fantástico e alegre, a Catarina com uma gargalhada que se ouve na China, uma personalidade delicada escondida dentro de uma concha dura, a Ritinha tão querida com as suas bochechas cor-de-rosa sempre com um sorriso na cara, o Ricardo já a conseguir ter boas conversas, vai ser um homem interessante tenho a certeza, o Basílio sempre na sua, difícil de chegar mas uma óptima pessoa, António e Carolina (Ou Catarina? =/ )  os irmãos de Roma, sempre sorridentes e já com uma bagagem de experiências fantásticas, vocês vão ter um futuro brilhante à vossa espera em Portugal ou noutro qualquer canto do mundo, Ana e Inês do outro grupo, miúdas impecáveis, os rapazes do Porto, completamente doidos mas com uma energia que espero que nunca percam, Lourenço misterioso, personalidade própria, aposto que vais marcar pela diferença... - CA

Sei que faltam aqui muitos, tenho pena que não tenha tido tempo para saber todos os nomes e para conhecer bem cada um de vocês. Espero do fundo do coração que tenham uma vida fantástica à vossa frente.
Por razões que fogem à minha vontade, não vos vou puder responder aos mails nem a qualquer contacto que tenham comigo. Talvez um dia vos encontre na rua já casados e com uma casa =) Sejam felizes e procurem sempre lutar por aquilo que consideram importante!

O melhor do mundo é, também, crescer e aprender... =)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O principezinho II

"- Por favor... Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto..."

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O principezinho

"As pessoas grandes  gostam de números. Quando vocês lhes falam de um amigo novo, as suas perguntas nunca vão ao essencial. Nunca vos perguntam: "Como é a voz dele? De que brincadeiras ele gosta mais? Ele faz colecção de borboletas?" Mas: "Que idade é que ele tem? Quantos irmãos tem? Quanto é que ele pesa? Quanto ganha o pai dele?" Só assim é que pensam ficar a conhecê-lo. Se vocês disserem às pessoas grandes: "Hoje vi uma casa muito bonita de tijolos cor-de-rosa, com gerânios nas janelas e pombas no telhado...", as pessoas grandes não a conseguem imaginar. É preciso dizer-lhes: "Hoje vi uma casa que custou vinte mil contos." Então, já são capazes de exclamar: "Mas que linda casa!"
(...)
"Mas nós, nós que entendemos a vida, claro que nos estamos bem nas tintas para os números!"

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Toda a gente é ninguém...

Numa aula um professor que, também dá aulas de música a crianças, contou-nos uma história sobre o conceito de toda a gente
Não só as crianças mas também nós usamos imensas vezes a expressão toda a gente quando apenas nos queremos debruçar sobre um grupo de pessoas, que não é certamente toda a gente. E então a história foi, mais ao menos, a seguinte:

- Oh stor mas toda a gente gosta desta música.
- Toda a gente? Tens a certeza?
- Sim.
- Então e quantos são toda a gente?
E o menino ficou muito pensativo sem saber o que responder, então o professor tentou simplificar a pergunta:
- Conheces pessoas na Ásia?
- Não.
- Ok então podemos excluir as pessoas da Ásia. E em África?
- Também não.
- Hum então excluimos essas também. Conheces alguém fora de Portugal?
- Acho que não.
- Muito bem então excluimos todas as pessoas que não sejam de Portugal. Conheces pessoas no Norte?
- Sim tenho familia lá.
- E falas com eles sobre música?
- Nem por isso.
- Pronto então vamos ficar só aqui por lisboa. Com quantas pessoas costumas falar sobre música?
- Com algumas.
- Dá- me um número.
- Talvez com 30.
- E dessas pessoas todas quem é que já te disse que gostava daquela música?
E o rapaz muito pensativo responde:
- Ah... Ninguém.

O professor começou-se a rir e finalizou a sua história dizendo-nos a nós:
- Já viram como toda a gente pode ser ninguém...


sábado, 30 de julho de 2011

"Toda a gente tem manchas." - Disse-me uma miúda que devia ter uns 6 ou 7 anos no outro dia a sair da casa de banho.

Estávamos nós a lavar as mãos na casa de banho, quando ela começa a comentar uma mancha de nascença que tem no corpo (Incrível o à vontade que as crianças têm em contar coisas pessoais a toda a gente). E eu comentei que também tinha uma e mostrei-lha. A rapariga não perdeu muito tempo a olhar para ela em vez disso saiu da casa de banho a correr dizendo com uma confiança de adulta na voz: "Toda a gente tem manchas."

É verdade, sim senhora. Não só no corpo mas na alma e na mente, toda a gente tem manchas...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O fim destes contos XX

Chamo-me Isabel e tenho 37 anos, sou educadora de infância e admiro as crianças mais que tudo nesta vida. São elas que me ensinam a viver, cada palavra delas e cada gesto demonstra o quanto são maravilhosas. Se as ouvíssemos mais vezes e se conseguíssemos perceber que é ali que temos de dar tudo de nós…O mundo seria um sítio muito melhor.
A sua ingenuidade, sinceridade e pureza são os motores da vida (ou deveriam ser), era bom que soubéssemos conservar essas qualidades para que no futuro continuassem com o mesmo brilho... Para que quando crescessem soubessem olhar para o mundo com olhos de criança, que o soubessem apreciar como o faziam.

As qualidades das crianças ensinam-nos que podemos sempre ser seres humanos melhores, ensinam-nos também que às vezes devemos deixar entrar a simplicidade na nossa vida e esquecer um pouco o mundo complexo em que vivemos.
Temos de cuidar bem delas e ter uma mente aberta para perceber que às vezes são elas que têm razão e não nós. (E devemos educá-las bem que elas não podem crescer sozinhas)

Se fizermos isso, certamente elas cuidarão muito melhor do futuro do que nós alguma vez cuidámos do passado.